domingo, 21 de agosto de 2011

Contando nos dedos



Conto nos dedos acaba o dia
Conto nos dedos acaba a vida

 Tanto a causa como o efeito
É o reflexo de um mal feito
Mas o que está feito
Está feito
Da loucura á indiferença
Entra sem pedir licença
Na cabeça uma sentença
Sai da boca uma ofensa

Conto nos dedos o canto dos cômodos
Conto nos dedos o canto de um incômodo

Posso agir como um neurótico
Reagir como um perverso
Fugir como um psicótico
E me iludir com um verso
Compreendo a pinga
Através de sua busca
Entendo sua vinda
Até a luz que me ofusca

Conto nos dedos logo bem cedo
Conto nos dedos logo sem medo

Eu sou um adjetivo
Do meu jeito subjetivo
Procurando um motivo
Para me dizer vivo

Conto nos dedos, mas que dedos?
O dedo que aponta o erro

OTÁVIO SCHOEPS

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